sexta-feira, 8 de março de 2013

Bruno é condenado a 22 anos e 3 meses por morte de Eliza; Dayanne é absolvida


Após quatro dias de julgamento no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, os sete jurados decidiram o futuro do goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, no caso da morte de Eliza Samudio. O ex-capitão do Flamengo foi considerado culpado pela morte da modelo e foi condenado a 22 anos e 3 meses, sendo 17 anos e 6 meses de regime fechado. A ex-mulher, no entanto, foi considerada inocente e não deve mais nada à Justiça.

A decisão foi divulgada pela juíza Marixa Fabiane, que também presidiu os trabalhos do julgamento de Macarrão, em novembro de 2012. Bruno foi condenado em todos os crimes e acumulou uma pena de 17 anos e 6 meses em regime fechado. Ele poderá pedir a liberdade após cumprir 2/5 desse total, que equivalem a sete anos. Até o julgamento, o ex-goleiro já permaneceu em cárcere por 2 anos e 8 meses.
O último dia de julgamento foi marcado por tentativas. Primeiro, da defesa dos acusados. A expectativa era que os trabalhos começassem diretamente com os debates entre defesa e acusação. Porém, Thiago Lenoir pediu que Dayanne fosse novamente interrogada pela magistrada para esclarecer melhor os pontos da entrega do bebê a Coxinha - outro réu no caso que será julgado em maio deste ano.

Após responder algumas perguntas, o acusado Bruno Fernandes também teve o direito de mudar ou contar melhor sua versão dos fatos. Ele, no entanto, respondeu apenas: “Sim, eu sabia e imaginava que ela morreria”, após questionamento de Lúcio Adolfo. Logo depois, o atleta finalizou. “Doutor, por favor, eu não quero responder mais nenhuma pergunta.”

Com isso, a juíza deu início aos debates. O promotor de Justiça Henry Vasconcelos teve a palavra e iniciou seu trabalho. Ele contou detalhes do crime, mostrando nos autos as provas. Vasconcelos, inclusive, utilizou bastante do processo, consultando a bilhetagem telefônica e a todo momento mostrou o conteúdo aos jurados.

O promotor mostrou também que o telefone de Eliza, que sempre utilizou muito seu celular, ficou inativo entre os dias 4 e 9 de junho de 2010. Henry disse também de trocas de cartas entre Macarrão e o acusado. “Bruno é o articulador, está no comando, na direção de tudo. Ele ligou para o caseiro e pediu que ele preparasse o cativeiro de Eliza”, afirmou.

Em momento tenso do debate, Henry criticou toda a defesa do réu Bruno. “A defesa dele é uma prostituta. Cada hora vai para um lado. Não estou dizendo desses advogados que aqui estão, mas toda a defesa que esteve neste caso”, explicou.

O promotor também afirmou aos jurados que Bruno é mentiroso. “É mais fácil tirar um dente sem anestesia da boca dele do que conseguir a verdade”, afirmou. Ele ainda afirmou, também com base no processo, que o atleta tem envolvimento com o narcotráfico.

Após duas horas e meia de uma forte fala comandada pela acusação, a juíza determinou intervalo para almoço. Depois, a fala foi passada para a defesa. Os trabalhos recomeçaram com Francisco Simim. O defensor de Dayanne pouco falou e passou para Thiago Lenoir, que também pouco acrescentou. O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, então assumiu o centro do plenário. Durante aproximadamente duas horas o defensor lutou a favor da inocência do goleiro. A estratégia era clara: desqualificar a acusação.

Dentre várias coisas, Adolfo falou da falta de peças nos autos, que, segundo ele, foram encontradas posteriormente. Disse ainda que o caso é midiático e afirmou que a imprensa tratou de julgar o ex-atleta e ainda acusou a promotoria de acordo no caso de Macarrão.

Em momento forte, Lúcio disse que o promotor estava enganado ao envolver Bruno com o narcotráfico e possível uso de cocaína. “O promotor disse isso, mas não sabe que no Flamengo tem exame antidoping duas vezes por semana, como ele não seria pego?” Lúcio ainda desafiou. “Futebol é coisa para homem”, afirmou.



As informações são do Terra/AC
Foto: Reprodução/Terra

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